sexta-feira, dezembro 28, 2012

Nem tudo está perdido


Livro sobre Anne-Marie de Backer. Um dos poucos de crítica sobre sua poesia



Veio com autógrafo! Que alegria!




O rosto que eu queria conhecer...

Hoje tive um dia chato. Postei o seguinte desabafo no facebook:

"Coisa chata número um do dia: às 4 da manhã, o vizinho liga o rádio dele na Itatiaia. Me acorda, acorda Raquel. Fico puta porque quando acordo assim, fico com dificuldades pra dormir de novo e fico um molambo o dia todo. Fui lá na varanda, chamei o vizinho. Xinguei.

Coisa chata número dois do dia: voltando pra casa, na companhia de Cíntia Almeida, um ser musculosinho de ray ban na cara entrou repentinamente com sua motoca envenenada na frente do meu carro, o que me fez tomar um puta susto, embora estivesse muito atenta. Buzinei, para chamar a atenção e o menino ficou com raivinha e começou a morcegar na minha frente, empacando uma fila inteira de pessoas cansadas que queriam voltar pra casa antes do temporal. Quando deu eu ultrapassei e não resisti: chamei ele de folgado. O bebê chorão ficou ainda com mais raiva, e  deu  uma acelerada na titanzinha . Esse é certamente  o jeito que ele, animal,
sabe bufar. Veio em direção ao meu retrovisor esquerdo e eu preparei a minha mãozinha maquiavélica para puxar o tornozelo dele, caso ousasse chutar meu espelho. Não o fez, mas passou, olhando feio, tentando intimidar, relinchando sobre duas rodas.

Coisa chata número três do dia: cheguei a rua de casa debaixo do temporal. E pra variar, tava lá, na frente da garagem dessa pobre moça cagada de urubu, um carro estacionado. E a rua cheia de vagas. E o carro parado na porta da minha garagem. Esperei. O dono do bat-móvel era um senhor. Juro que pensei que fosse um menino, desses de 18, muitos dos quais ainda não têm responsabilidade alguma. Mas era um tio, de óculos e barba. E quando eu reclamei, dizendo que não se para em portas de garagem, ele me disse que tinha sido por apenas 2 minutos. E quando eu disse que não se para em portas de garagem em hipótese alguma porque é proíbido ,ele me chamou de alguma coisa feia que não ouvi direito, porque ele já estava dentro do carro. A essa altura, a chuva já estava bem mais forte, fato que fez com que eu tivesse muito mais trabalho pra abrir o portão e entrar, depois fechar o portão, sob um guarda-chuva que não segura tempestades.

Então: embora eu seja uma pessoa pacífica, cidadã e consciente dos males que a violência gera no mundo, eu juro que nesses momentos eu queria ter os músculos do meu irmão, William Mutante, pra afundar os osssos dos narizes de seres como esses dos quais falei acima"


Após mais de 60 cometários a respeito desse post, um dos meus vizinhos ( não era o do rádio da madrugada) me chamou para me entregar uma correspondência: era o livro sobre Anne-Marie de Backer que eu tinha importado da França. O livro veio autografado, como o "Oiseaux-Soleil", livro de poemas dela, que eu havia importado há alguns meses.. Pude conferir as letras e me certificar de que o autógrafo é dela mesma! de verdade! Além disso, pude ver, pela primeira vez, seu rosto, numa fotografia que faz parte do livro recém comprado. Acima estão as fotos :
1) da capa do livro
2) do autógrafo de Backer
3) a fotografia de seu rosto, que eu estava desejosa de conhecer, desde que o coração dela começou a conversar com o meu , quando  li, pela primeira vez,  dois versos seus num livro de Bachelard...

Nem tudo está perdido.

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