sábado, setembro 22, 2012

Pizarnik


Vou lendo a Alejandra aos pouquinhos e traduzindo, aos pouquinhos também. Em breve voltarei com a Backer. Já estou sentindo falta!


Nemo

Não está longe o dia de raro verdor
em que cantarei à lua odiada que dá luz à minha espessa cabeça cortada à navalha
que dá luz aos ventos brutais
às flores agudas que ardem nos dedos sob as benignas ataduras
à estrela que  se esconde quando é chamada
à chuva úmida girando em sua nudez repulsiva
ao sol amarelo que traspassa as peles marcando escuros traços
ao despertador, enviado do infernos interrompendo belos sonhos
aos mares gelados arrastando lixo ondas brilhos dourados ardores nos olhos.

                                                                          ( Alejandra Pizarnik in: Poesía Completa. Lumen: Barcelona, 2011)

Versão de Simone Teodoro

2 comentários:

Lourdinha disse...

Muito lindo, Simone..e forte. Bjos. Lourdinha.

Simone Teodoro disse...

Lourdinha: Pizarnik é assim: linda, intensa, forte. Continuarei traduzindo e postando aqui.
Bjus.