quinta-feira, fevereiro 06, 2014

O cu do pinto

 Você já soprou o cu de algum pintinho?- Perguntei.

- Não!- Ela respondeu, achando minha pergunta inusitada.-Por quê?

-É que acontece uma coisa meio mágica quando a gente faz isso. Foi meu pai que me ensinou, quando eu era bem pequenininha.

-Ah, é? O quê?- Ela estava curiosa.
- Ele nos manda beijos.
- O cu do pintinho? Nos manda beijos?

( Silêncio)
- E tem de soprar com força?
( Gargalhadas)

- Não! Não se sopra como se quisesse encher um balão. É sopro sem contato e de leve. É só mandar um ventinho lá. Ninguém quer estourar a cabeça do pintinho, né?
(Gargalhadas).

-Meu pai me ensinou outra coisa também.
- Que medo!( Risos)

- Você sabe quando um gato é macho ou fêmea?
- Não.
_ Meu pai me ensinou como saber. Gatos machos não ficam com o bingolim balançando como a maioria dos bichos. E são tão andrógenos... Como saber? Meu pai me ensinou assim: a gente escolhe um gato, abre as pernas dele, como se a gente fosse ginecologista, com cuidado, pra não machucar. Só vai ter pelo lá. No lugar que era pra ter alguma marca de diferença, não tem nada! É incrível como a natureza deles não está interessada em marcar diferenças. Amo gatos.! A lição do meu pai era: passa o dedo! E vai passando. Se for macho, o Bingolim aparece. Se não, vai ficar do mesmo jeito.
Ela quase morreu de rir.
- Sério? Seu pai então te ensinou a deixar o gato excitado? ( Gargalhadas, quase às lágrimas).
-Pois é. E me ensinou isso com o orgulho de biólogo, que ele nunca foi. O resultado disso foi devastador. A gataria que se multiplicava no nosso quintal não teve mais sossego: eu e meu irmão passávamos tardes e tardes perseguindo os coitados, só para realizar tais verificações técnicas.

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